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ANEDONIA - QUANDO O CÉREBRO UTILIZA O MECANISMO PERIGOSO DE NÃO SENTIR PARA NÃO SOFRER - Psicologo Rodrigo Romão Antonio

publicado em:26/07/21 6:56 PM por: Rodrigo Romão Antonio ARTIGOS

Anedonia

Quando o cérebro utiliza o mecanismo perigoso,

de não sentir para não sofrer

 

 

Quem nunca desejou um remédio para anestesiar o sofrimento?

Cada ser humano lida com a dor emocional de maneira diferente, uns buscam enfrentar e outros interiorizar, mas dificilmente alguém não deseje nesses momentos sombrios uma anestesia da dor, que faça com que paremos de sentir, interrompendo assim a dor interna, aquela dor que não é palpável e que fica ainda mais difícil de lidar. Nesse sentido alguns buscam por algo que pelo menos desvie o foco dessa dor, e muitos buscam o auxílio ilusório nas drogas, com um custo catastrófico.

Mas o caminho do viver passa por encarar as provocações da vida, buscar desejos, metas e sonhos, galgando momentos de felicidades, mas essa trajetória passa sempre por momentos de sofrimento que é sentido de maneira individual, com maior ou menor intensidade.

Pois nenhuma tristeza é vivenciada da mesma maneira, nenhuma dor, depressão, ansiedade, etc… é sentida da mesma forma.

Anedonia é a perda da capacidade de sentir prazer e saborear as coisas positivas, é quando nos desconectamos, ficamos anestesiados, e deixamos de sentir para não sofrer.

Muitas pessoas passam por isso em algum momento da vida, e pode durar alguns dias, quando somos consumidos pela apatia e pelo desânimo, mas isso começa a se tornar um problema quando isso se torna crônico, quando deixamos de “sentir a vida” por completo.

Infelizmente não existe nenhuma anestesia adequada para a dor emocional, e quando a anedonia aparece em nosso cérebro como um mecanismo de defesa, ela não está nos causando nenhum bem, muito pelo contrário, mesmo que a sensação seja menos dolorosa naquele momento, depois a médio e longo prazo é muito prejudicial.

É de suma importância entendermos que a anedonia não é uma doença, nem um transtorno, ela é um sintoma de algum processo emocional ou de algum tipo de doença. Ela pode estra relacionada com a depressão, mas também pode se manifestar como resultado de uma esquizofrenia ou de demências como o Alzheimer.

Muitos de nós experimentamos anedonia em algum momento da vida, uma falta de interesse pelas relações sociais, pela comida, pela comunicação com os outros, etc…

Porém, o problema chega quando a anedonia levanta um muro a nossa volta e nos tira todas as nossas características de humanidade, passamos a não sentir nada diante das expressões de carinho, não precisamos de ninguém do nosso lado e nenhum estímulo nos produz prazer, nem a comida, nem a música e nada, é como se estivéssemos apenas existindo.

Quando escolhemos deixar de sentir para não sofrer, não estamos nos protegendo de nada, pois acabamos fechando as portas à vida, seremos almas que vão definhando aos poucos e apenas existindo automaticamente.

E esta baixa receptividade frente aos estímulos exteriores tem seu claro reflexo em um cérebro deprimido, e se isso se prolongar com o tempo e se tornar crônico, nossas estruturas cerebrais sofrem mudanças, e isso afeta nossos julgamentos, pensamentos e emoções. O nosso cérebro é afetado e o lóbulo frontal, relacionado com a tomada de decisões, se reduz. Os gânglios basais, relacionados com o movimento, ficam afetados até o ponto em que até nos levantarmos da cama exige um grande esforço. O hipocampo, relacionado com as emoções e a memória, também perde volume. É comum que tenhamos falhas de lembranças, que soframos sem defesa, que fiquemos obcecados por pensamentos negativos.

Hoje precisamos entender que a depressão não é apenas a doença da tristeza, ela é muito mais que isso, a depressão é a prisão de um cérebro emocional que não encontra respostas para os vazios da vida, a decepção, a frustração, e a perda da ilusão.

Devemos começar compreendendo que a depressão não se “cura”, é preciso um processo de enfrentamento a médio e longo prazo, desenvolvendo ferramentas de enfrentamento, respeitando sempre a realidade de cada pessoa, e se utilizando de todas as ferramentas possíveis, como medicamentos, terapias, apoio familiar e, acima de tudo, os recursos próprios que cada um possa usar.

 

Mas precisamos ressaltar que, não sentir para não sofrer não é um mecanismo adequado com o qual viver, ele constrói um existir ilusório, te deixando “sobreviver”, mas estando vazio por dentro. Você não pode se permitir ser um prisioneiro eterno do sofrimento.

Lembre-se, a anedonia, te deixa “anestesiado/a” em relação à dor, mas não te permite viver, pois VIVER é SENTIR em várias intensidades, seja no seu lado positivo ou no negativo.

Busque sempre ajuda profissional!



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Formado em Psicologia, atua como Psicólogo Clínico (CRP – 06/129455) em abordagem Psicoterapia Breve, buscando promover saúde mental, equilíbrio emocional, qualidade de vida e desenvolvimento pessoal. Idealizador dos Projetos: Educação Emocional, dedicando a educar as pessoas cadastradas através de conteúdos enviados por e-mail e WhatsApp. EmagreSER (emagrecimento consciente), auxiliando no processo de emagrecimento, com atendimento personalizado, objetivando trabalhar as questões EMOCIONAIS e COMPORTAMENTAIS, que interferem no processo de emagrecimento. Atua como Psicoterapeuta, no atendimento de crianças, adolescentes, adultos e idosos. Atua também como instrutor de Meditação, Escritor e Poeta.


Comentários


É bom ter esse tipo de conhecimento para que possamos ter a consciência do momento que estamos passando e não deixar ele se tornar parte da nossa vida como se isso fosse normal , se possível procurar ajuda profissional e confiável logo que perceber esse sintoma seria o ideal , obrigada pela matéria Rodrigo!

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