
PRECISAMOS APRENDER A
CONVIVER COM A DUVIDA!
Ansiedade, depressão, e muitas outras doenças emocionais
estão se multiplicando em nossa sociedade, é como um vírus que se espalha
incontrolavelmente, mas por quê?
Há diversas linhas de pensamentos que propõe um diagnóstico
para essa crescente epidemia, e estamos cada vez mais fixados em chegar na
resposta certa.
Estamos focados e desesperados em uma solução, mas será que
há solução?
Vamos pensar…
Há cinquenta anos havia pessoas depressivas?
Há cinquenta anos havia pessoas ansiosas?
Alguns dizem…
Há, mas não havia tantas pessoas assim…
Há, mas está aumentando muito…
Há, mas até mesmo as crianças estão assim nos dias de hoje…
Dizemos que estamos doentes, que estamos passando por dores
como jamais a sociedade passou, mas será mesmo que são dores novas?
Estamos fazendo de tudo para acabar com a dor, estamos
fazendo de tudo para fugir da dor, mas será que esse é o caminho?
Será que fugir é o melhor caminho?
Será que fugir é a resposta ou a solução da dor?
Será que não estamos nos esquecendo de sentir a dor para
compreende lá melhor, para passar pela dor e finalmente elaborar a dor?
Será que não está na hora de aprendermos a suportar a dor,
escolher passar pela dor, conviver com a dor e transformá-la.
Será que não é hora de aprender a agir apesar da existência
dessa dor?
É claro que essa não é uma tarefa fácil, é claro que cada
caso é um caso, e no começo vai ser muito difícil, será preciso lidar com a
sensação de estar perdido, sem saber o que fazer, mas para falar a verdade,
quando é que sabemos o que fazer?
Durante a vida, nós precisamos aprender a andar, a falar, e o
mais importante, e o que não é ensinado, precisamos aprender a pensar.
Mas como aprender a pensar se a resposta estiver pronta, se
tiver um roteiro, um passo a passo ou uma pílula mágica?
Não há pensar sem a dúvida.
Será que precisamos resgatar o prazer por aprender, quando
estamos aprendendo a andar ou a falar, não fazemos a menor ideia do que está acontecendo,
mas seguimos em frente e continuamos a aprender.
A vida se resume a não saber nada e agir mesmo assim.
Tudo na vida segue essa dinâmica inalterável. Isso não muda
nunca.
Mesmo em meio a tal da felicidade, mesmo quando recebemos uma
herança ou ganhamos na loteria, a sensação de não ter a menor ideia do que
estamos fazendo permanece.
Isso não quer dizer que não devemos nos preparar, mas que
devemos enfrentar a situação, mesmo sem saber o que fazer, mesmo com medo,
mesmo com preocupação.
Será que não está na hora de começarmos a enfrentar a
felicidade ou a tristeza como uma criança que enfrenta o desafio de andar.
Sem nos preocuparmos tanto em não ter medo, mas sim em seguir
em frente apesar do medo.
Na saúde ou na doença, na alegria ou na tristeza, precisamos
seguir aprendendo, caindo e levantando, mas sempre caminhando rumo aos nossos
objetivos, mas sempre enfrentando o desconhecido.