
QUAL
A DIFERENÇA ENTRE PESSOAS NEUROTÍPICAS E PESSOAS NEUROATÍPICAS
As pessoas neurotípicas
(ou típicas) são aquelas que não possuem problemas de desenvolvimento
neurológico. Podemos chamá-las também de não autistas. Já as pessoas
neuroatípicas (ou atípicas) lidam com diferentes alterações relacionadas ao
desenvolvimento neurológico. As pessoas com Transtorno do Espectro Autista
(TEA) fazem parte do grupo de pessoas atípicas.
Para entendermos um pouco
melhor o TEA, precisamos compreender que o termo médico atualizado que define
autismo é TEA, Transtorno do Espectro Autista. O termo espectro é devido a um
transtorno que se manifesta em diferentes níveis. Há pessoas com TEA que não
falam, outras que têm um vocabulário acima da média, porém com outras
dificuldades, como entender metáforas e sutilezas da comunicação. Há pessoas
que são muito sensíveis ao toque e outras, ao contrário, que buscam mais
estímulos do ambiente, por serem hipossensíveis. Assim, não podemos, portanto,
generalizar a condição de uma pessoa com TEA.
Deste modo, é de suma
importância atentarmos há algumas maneiras simples de pessoas não autistas
criarem conexões positivas com autistas.
Primeiramente é
importante saber antecipadamente as características da pessoa com TEA para
facilitar a interação, saber como ela se comunica, de quais suas
características mais relevantes, do que ela gosta ou não gosta, para facilitar
o contato.
Evitar o contato físico e
se expressar da forma mais clara e direta pode contribuir com a relação, mas caso
não tenha informações prévias sobre a pessoa com TEA, seguem algumas dicas para
estabelecer uma interação positiva:
Evite o contato físico,
mas cumprimente naturalmente, pois não sabemos se essa pessoa com TEA é
hipersensível ao toque. Busque não esperar uma retribuição, isso não quer dizer
que ela não tenha gostado e sim, uma dificuldade na compreensão de regras
sociais.
Procure não se prolongar
muito na fala, seja o mais claro e direto possível, isso facilita para que a
pessoa com TEA tenha mais atenção e compreenda melhor.
Se possível, evite
perguntas, pois nem sempre as perguntas serão respondidas. Tente ser direto e
objetivo, por exemplo, “Vamos ao mercado”, “Vamos jogar”. Desta maneira, a
pessoa mostrará sua satisfação ou insatisfação.
Existem algumas pessoas
com TEA que são aprendizes visuais, se puder associar a fala à imagem, com
certeza você conseguirá passar a mensagem mais facilmente. Você pode usar o
celular, então quando falar: “Vamos ao mercado”, mostre a foto do mercado.
Possibilite que a pessoa
tenha tempo para processar o que você diz, falar mais pode deixá-la confusa.
Pois em muitas situações acabamos ficando ansiosos por um contato ou uma
resposta e acabamos nos precipitando e falando mais e mais. Dessa forma sem
querer, acabamos deixando tudo mais confuso.
Um fator muito importante
é a previsibilidade dos acontecimentos, antes de iniciar alguma ação, procure explicar
claramente. Não o leve ao mercado sem avisar. Se puder dar essa previsibilidade
com uma certa antecedência, ajudará muito.
Procure evitar assuntos
com temas abstratos, duplo-sentido, metáforas e piadas, já que necessita de uma
compreensão muito refinada da linguagem e uma das características do transtorno
é o déficit na área da comunicação.
Atente se para evitar
ambientes com estímulos sensoriais intensos, pois pessoas com TEA podem ser
hipersensíveis.
Perceba especialmente às
respostas corporais, pois nem sempre a pessoa responderá com a fala, mas
normalmente mostrará sua satisfação ou insatisfação com sinais sociais, como ir
junto ou se recusar.
Em algumas situações será
necessário estar na altura da pessoa para que ela possa prestar mais atenção em
você, porém cuidado para não ser invasivo, se não o resultado será o contrário.
A casos em que não haverá contato visual, porém isso não quer dizer que não
está atento à interação.
Quando a pessoa com TEA
estiver engajada em alguma atividade de interesse, aguarde, ou faça parte se
ela permitir, pois interrompe la fará com que você diminua as possibilidades de
aproximação e pode gerar estresse, irritabilidade.
Haverá situações em que falar
ou mostrar poderá fazer com que a pessoa com TEA se envolva na proposta, muitas
vezes guiá-la com consentimento, fará com que compreenda melhor e se envolva.
Se a ideia é brincar de bola, faça com ela, ajude mostrando como seria.
Há pessoa com TEA pode
apresentar uma dificuldade para reconhecer, expressar e gerir emoções, dessa
forma, as reações nem sempre são as esperadas para a situação, como um choro ou
risada fora do contexto. Não leve para o pessoal, achando que você tenha errado
na conduta.
É muito importante
atentar se para não tratar um adulto com TEA de forma infantilizada, trate-o
como uma pessoa adulta.
Observe com cuidado e
compreensão, pois em muitos casos a pessoa com TEA não se expressa com a fala, e
isso não significa que ela não está compreendendo. W caso você não consiga um
contato, uma resposta, uma interação, não significa que essa pessoa com TEA não
gostou de você, e sim que naquele momento não teve recursos para essa troca
esperada.
Jamais esqueça que antes
de tudo estamos falando de uma pessoa que tem o seu jeito, sua história e não
só do autismo, leve isso muito em conta. E conhecer melhor as características
específicas do autista é essencial para que um vínculo se construa.
Espero ter agregado
informação para você e que esse artigo tenha te estimulado a conhecer mais
sobre autismo e desmistificar esse transtorno. Pois o preconceito e a exclusão
estão atrelados a falta de conhecimento e informação, pois o conhecimento
liberta e gera inclusão.
Abraço!