Na clínica escuto vários relatos diferentes de mulheres e homens ciumentos, tais como:
> Acordo todos os dias muito cedo e tenho hábito de ficar olhando para o teto, às vezes, penso na agenda do dia, no que está pendente e em algumas cenas patéticas da vida, olho para o lado e vejo meu marido dormindo e começo a imaginar o que ele fez durante o dia, com quem esteve, etc… é dolorido essa incerteza.
> Hoje, me deparei com o pensamento no passado e de lá revi algumas cenas ridículas. Eu sou uma pessoa ciumenta, mas não sou possessiva.
> Levantei da cama pensando nas cenas que já fiz por causa de ciúme, porque sempre temos uma história que não esquecemos…dói.
> Não sei mais o que fazer com aquele ciúme estranho, que aparece do nada, quando cismo com o colega de trabalho dela, com um nome mencionado com entusiasmo demais, com ligações diárias de alguém que não conheço, é normal ou premonição?
> Não faço isso porque quero, sempre tem um motivo, sempre algum comportamento me incomoda e soa muito estranho, sei lá, talvez seja paranoia, mas também pode ser aquele sexto sentido gritando dentro mim, fique atento, “aí tem algo hen”.
> Não tenho ciúmes porque é bom de sentir ou porque quero brigar com ele. Tenho ciúmes porque me causa desconforto, porque ele é em muitas ocasiões um sem vergonha ou percebo que tem cheiro de encrenca no ar.
Existem muitos tipos de ciúmes, há vários fatores que desencadeiam o ciúme, um bom exemplo é aquele ciúme comum, quando um dos dois vira para o lado e sem querer encara alguém e começa aquela briga boba para nada.
Nenhum ser humano é objeto, ninguém é mais escravo de ninguém, então ninguém é dono de ninguém, porém, ainda há pessoas que tratam o outro como sua propriedade.
Há pessoas possessivas, e onde tem possessão demais, tem insanidade, exagero e ignorância. Ninguém poderá ser feliz por ter um dono ou um relacionamento ditador.
É preciso atentar-se para os primeiros sinais de um relacionamento a base de ciúme e a possessão, pois com o passar do tempo a pessoa se vê presa nesse tipo de relacionamento e quanto mais tempo passa mais difícil fica para se libertar de tal sofrimento.
Um pouco de ciúme pode até esquentar o relacionamento, dando aquela sensação de importância e cuidado, mas quando ultrapassa os limites, começa a sufocar, irritar e acabar aos poucos o relacionamento.
Há muitas pessoas que defendem a idéia do ciúme como um sentimento para quem é inseguro e imaturo. Outros acreditam que um tiquinho de ciúme é bom para sentir a importância que um tem para o outro.
Mas são fatores que precisam ser analisados em cada caso, pois cada relacionamento tem suas questões e suas complexidades. Porém é preciso compreender que os relacionamentos são mantidos por sentimentos que medido fazem bem para ambos, mesmo que seja ciúme, mas quando se perde o equilíbrio e passa do limite, se torna patológico e destrutivo.
É preciso analisar questões como insegurança, necessidade de afeto, autoimagem, medo, entre outros fatores que prejudicam um relacionamento.
E o mais importante é o autoconhecimento, o desenvolvimento pessoal e o amor próprio.
Lembre-se: Não se coloque em segundo plano!
Você escreve muito bem.
É sempre muito lúcido em suas palavras.
Obrigado por nos fornecer diversas informações.